terça-feira, 30 de novembro de 2010

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Foto: Arquivo pessoal
Atleta de Jiu Jitsu supera acidente e continua competindo em alto nível

Set 18, 2010 - 10:56

Atleta de Jiu Jitsu supera acidente e continua competindo em alto nível

Praticante de Judô, desde os cinco anos e atualmente com 38 anos de idade, faixa preta de Jiu Jitsu, o campo-grandense Adilson Higa morou no Japão e foi lá que surgiram convites para lutar Vale Tudo. Sua primeira experiência no esporte não foi satisfatória, então resolveu se especializar, mas mesmo assim ele conseguiu fazer 36 lutas de Vale Tudo, inclusive as classificatórias para o campeonato que era conhecido como Pride.
Adilson voltou para o Brasil e continuou treinando com “China”, da equipe De La Riva, onde está até hoje. Há quatro anos é faixa preta e também dá aula de Jiu Jitsu, defesa pessoal, e treinos específicos para lutadores de Mixed Martial Arts (MMA). Higa é tricampeão, da principal competição de Jiu Jitsu no Japão, campeão japonês de Judô, terceiro colocado no Pan-Americano, em 2001, em Orlando, na Flórida, campeão centro-oeste e vice-campeão brasileiro.
Esse ano, o atleta voltou a competir, e nessa condição com deficiência, fui campeão estadual pela Federação de Jiu Jitsu de Mato Grosso do Sul, fui campeão Bahiano, vice-campeão da seletiva para o Mundial, vice-campeão do Torneio Top Pantanal de Jiu Jitsu, vice-campeão pela Federação Estadual de Jiu Jitsu Esportivo e terceiro lugar no Absoluto.
ACIDENTE
Apesar de lutar com atletas de alto nível, Adilson não tem um dos braços, devido a um acidente ocorrido no dia 1º de setembro. “Fiquei um tempo parado, tinha planos para voltar a competir em alto nível, tanto que estava me preparando há três meses, antes do ocorrido. Por causa dessa preparação não morri. Estava treinando dois períodos e estava muito forte, fazia natação e musculação”, relembra.
Segundo Adilson, o caminhão passou por cima dele, quando atravessou de moto uma preferencial na avenida Tiradentes. “Nesse acidente fiquei 28 dias em coma, perdi quase 26 litros de sangue, tive afundamento da caixa torácica, meu braço foi arrancado na hora. Fiquei mais 30 dias no hospital para recuperação”, disse. “Todas as academias, amigos e quem eu nem conhecia doaram sangue. Teve uma união dos atletas e sou agradecido até hoje pelo que fizeram. E como forma de retribuir, voltei as competições. Quis ver como eu me sairia nessa condição , como seriam as dificuldades, pois nesse esporte não existe categoria paraolímpica. Dos seis campeonatos que lutei esse ano, seis consegui pódio e foi um resultado que me animou muito”, diz.
PRECONCEITO
Para o atleta, apesar de ser o único nessa condição no Estado, não existe preconceito no jiu jitsu. “Hoje minha principal dificuldade é em relação a idade, onde a competição pesa, pois o desgaste é muito grande. Não existe preconceito, porque o próprio esporte molda a pessoa a se superar sempre”, garante. Higa compete na categoria sênior, acima de 36 anos no pesadíssimo, vai lutar em mais uma etapa estadual da Federação Esportiva, que será em Coxim. Em outubro, o PanAmericano, o Sul-Brasileiro, e o Argentina Open, em Buenos Ayres, e se conseguir apoio quer lutar em Itabuna na Bahia, em novembro. “Só tenho promessas de patrocínio, preciso de parcerias, por enquanto, não tenho nada concreto para poder treinar com mais tranquilidade”, lamenta.“Mesmo sendo um esporte de muito apelo entre os jovens, falta apoio. Muitas vezes, divulgam que o cara é lutador de jiu jitsu, mas ele só foi duas vezes em uma academia, manchando o nome do esporte. “Professor e lutador de Jiu Jitsu não tem tempo para ir a boate, é uma associação indevida que fazem”, afirma. O Jiu Jitsu será indicado como esporte demonstração nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro e Adilson é o mais cotado para representar o Estado.

Autor: Elaine Rodrigues

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